Hoje 15% da população mundial usa o Facebook, o que equivale a 1,19 bilhões de usuários ativos mensais. Esta grande quantidade de usuários permitiu a esta rede social ter uma base de dados expressiva sobre diversos assuntos.
Um exemplo de como estes dados podem ser utilizados é esta interessante análise, realizada a partir dos perfis de seus usuários, sobre o fenômeno da migração populacional em direção às megacidades que acontece atualmente no mundo todo.
Os pesquisadores do Facebook – que chamaram este fenômeno histórico de “Migração Coordenada” – compararam as cidades natais de seus usuários com seus lugares atuais para ver quais são as 10 cidades com as maiores migrações. Entre as conclusões tem-se que em média 20% da população de uma cidade qualquer se muda para outra e que, logicamente, os principais destinos se encontram em países de rápido crescimento urbano.
Na maioria das cidades dessa lista, a migração para megacidades vem de dentro dos mesmos países. Por exemplo, 97% das pessoas que se deslocam para Lima são do Peru.
Mas há alguns dados mais atípicos muito interessantes: por exemplo, Kampala, em Uganda, está absorvendo uma quantidade importante de pessoas dos povos da República Democrática do Congo, devastada pela guerra; e Istambul, Turquia, recebe uma quantidade considerável de imigrantes vindos de países do Leste da Europa.
Outro estudo que também utilizou parte dos dados do Facebook observa de forma mais específica os movimentos entre países, ao invés das cidades. Uma equipe de Wolfram Research encontrou fluxos importantes de imigração para os EUA provenientes da Índia, China e Grã-Bretanha.
No entanto, ainda que o Facebook tenha se convertido em uma importante fonte de informações para pesquisas deste tipo, o fato de países como a China terem proibido o uso dessa rede social faz com que dados importantes fiquem de fora dos estudos. Isto impede uma visão realmente global do assunto, já que a China passa neste momento pela maior migração da história desde os deslocamentos das zonas rurais para as cidades.
Via Plataforma Urbana. Tradução Naiane Marcon, ArchDaily Brasil.